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quinta-feira, dezembro 02, 2010



Djanira da Mota e Silva
Artista plástica, 20/06/ 1914, Avaré (SP)
31/03/1979, Rio de Janeiro (RJ)

Descendente de austríacos e de índios guaranis, Djanira da Mota e Silva passou a infância em Porto União (SC), onde trabalhava na lavoura. Na adolescência, voltou para a cidade natal, Avaré (SP). Em 1928, seguiu para São Paulo, onde foi vendedora ambulante. Ganhava pouco, morava e comia mal, mas trabalhava além de suas forças.
Contraiu tuberculose e foi internada no pavilhão de pacientes terminais do Sanatório Dória, de São José dos Campos, nos 1930. No hospital, teve acesso pela primeira vez a pincéis e telas. Djanira passou a pintar figuras de um Cristo contorcido em dores, como os pacientes do pavilhão dos desenganados.
Para espanto dos médicos, ela se recuperou e recebeu alta, quase que completamente curada. Mudou-se nos anos 1940 para o Rio de Janeiro, onde se casou com Bartolomeu Gomes Pereira, um maquinista da marinha mercante. Ele morreu quando um submarino alemão torpedeou o seu navio na Segunda Guerra Mundial.
Viúva e sozinha, alugou um quarto na Pensão Mauá, em Santa Teresa, e viveu como costureira. Os outros hóspedes eram estudantes de pintura com poucos recursos e alguns pintores estrangeiros refugiados de guerra. Entre eles, o romeno Emeric Marcier, que trocou casa e comida por aulas de arte. Djanira aprendeu técnicas, porém, permaneceu fiel ao seu estilo simples.
Próximo à pensão, o Hotel Internacional reunia pintores mais ricos, como os exilados franceses Arpad Szenes e sua mulher Maria Helena Vieira da Silva. Djanira passou a receber apoio. Participou do Salão Nacional de Belas Artes em 1942, e fez duas exposições coletivas e uma individual.
Em 1952, viajou pelo Brasil para colher imagens do cotidiano e de festas religiosas. Essa foi a fase mais expressiva de sua carreira. Representou pescadores, trabalhadores do campo e da cidade, e o místico sincretismo do catolicismo e cultos afro-brasileiros.
O painel "Santa Bárbara" (1964), de 130 metros quadrados e 5300 azulejos, é um dos melhores exemplos desta fase e está hoje no Museu Nacional das Belas Artes do Rio de Janeiro. A obra é uma homenagem aos 18 operários mortos na abertura do Túnel Santa Bárbara, entre os bairros de Catumbi e Laranjeiras, no Rio de Janeiro.
A famosa pintora, ilustradora brasileira, viveu os últimos anos de sua vida em sua residência de Petrópolis, localizada no atual bairro da Samambaia, participou de inúmeras exposições na cidade além de haver pintado o magnifico painél em homenagem a cidade na época no salão nobre da grande escola petropolitana do período que era o Liceu Municipal Cordolino Ambrósio, onde encontra-se a tela até a atualidade.
Em 1979, com a saúde novamente debilitada, entrou na Ordem Terceira do Carmo e mudou o nome para Teresa do Amor Divino. Morreu no convento.

VERA JANACOPOULOS: O LIRISMO NASCEU EM PETRÓPOLIS






 Vera Janacopoulos, nasceu em Petrópolis em 1892 e faleceu no Rio de Janeiro em 1955, foi uma das maiores cantoras liricas brasileiras de todos os tempos. Sua carreira concentrou-se no período entre as duas guerras mundiais, durante o qual foi uma das cantoras de câmara de maior destaque no cenário internacional.
Seu repertório se notabilizava por uma grande amplitude histórica, estendendo-se de Machaut a Stravinsky e, por uma rara versatilidade, mestre consumada do “Lied”, era ao mesmo tempo uma intérprete notável, tanto do repertório francês e espanhol, quanto do russo. Poulenc diria que ela era uma intérprete “miraculosa” de Mussorgsky.
Os programas de seus concertos dos anos 20 eram extremamente inovadores, por colocar lado a lado do repertório tradicional, música do período pré-Clássico, música popular de diversas procedências, mas sobretudo por dar um lugar de destaque à música contemporânea. Amiga pessoal de compositores como Stravinsky, Prokofiev, Falla, Villa-Lobos, Milhaud e Poulenc, desempenhou um papel de primeiro plano na divulgação de sua música vocal, sendo responsável por diversas primeiras audições, tendo sido a dedicatária de várias obras.
Sobre a importância de sua atuação, Alejo Carpentier diria: ”Musicista admirável, ... Vera Janacopoulos representou para a música de Prokofiev, H. Villa-Lobos e Manuel de Falla ... o que representaram as cantoras Marya Freund para Schoëmberg e Jane Bathory para Erik Satie e Darius Milhaud.”
Dentre as características que mais se destacam de seu perfil musical, podem ser apresentados: o fato de sua formação instrumental haver precedido a vocal, pois estudou, durante anos, violino com George Enesco, que seria o “pai espiritual” de músicos tão diversos como Dinu Lipatti e Yehudi Menuhin, a quem dizia dever seu fraseado e sua maneira de abordar uma obra musical; o hábito de “trabalhar” as obras que interpretava com os próprios compositores. Sua autoridade ao interpretar música francesa, provinha do fato de havê-la trabalhado pessoalmente com Fauré, Ravel, Poulenc e Milhaud; a espanhola com Falla e Nin; a russa com Straviinsky e Prokofiev; a brasileira com Villa-Lobos, etc... O relacionamento com a orquestra, pois são numerosas em seu repertório e fortemente representadas em sua coleção de partituras que se encontra na Uni-Rio, as obras para voz solista com acompanhamento de orquestra, muitas das quais são transcrições encomendadas por ela própria aos compositores, das quais são exemplos o Tilibom de Stravinsky, La rose et le roussignol de Rimsky/Prokofiev, duas árias do Amor Brujo de Falla, Viola de Villa-Lobos e Phydilé de Reynaldo Hahn/Villa-Lobos.
Como cantora com orquestra, foi freqüentemente acompanhada por músicos do calibre de Stravinsky, Falla, Milhaud, Markevitch, Mengelberg, Monteux, Ansermet, Scherchen e Motropoulos.
Apesar de longo período de residência no exterior (a mudança definitiva para o Brasil só ocorreria no final dos anos 30, às vésperas da 2ª Guerra Mundial) e da primeira apresentação pública (1920) ter sido posterior a suas estréias européia e americana, Vera sempre acentuou sua identidade brasileira: a música brasileira foi parte integrante de seu repertório internacional, seja através de melodias populares, harmonizadas por Ernani Braga, seja através de obras de F. Braga, A Nepomuceno, H. Oswald, L. Fernândez, L. Gallet, F. Mignone e, sobretudo, Villa-Lobos, para cuja projeção desempenharia, juntamente com Rubinstein, um papel tão decisivo em Paris, nos anos 20.

[Pesquisa desta Editoria]

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